A Organização Internacional do Trabalho prevê que o mercado de trabalho europeu será um dos mais afetados no segundo trimestre de 2020, em uma das notícias mais devastadoras até então.
O emprego sofrerá em todo o mundo com o impacto do coronavírus. E bastante: a Organização Internacional do Trabalho (OIT) calcula que somente na primavera as horas trabalhadas cairão 6,7% em todo o mundo. O que, de acordo com o número, equivale a 195 milhões de empregos em período integral. “É uma queda extraordinária”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, na terça-feira, na apresentação do relatório. No entanto, a agência das Nações Unidas alerta que o grande número de medidas que os governos estão usando para proteger empregos reduzirá o impacto. “Devemos reconhecer que muitos governos estão fazendo a coisa certa”, disse Ryder, que também enfatizou que sua organização carece de “coordenação internacional”.
A OIT não toma mais como referência o que aconteceu na Grande Recessão de 2008 para falar sobre as conseqüências dessa crise. Nem a crise do petróleo dos anos setenta, o choque simultâneo de demanda e oferta mais próximo dos dias de hoje. Agora, a organização com sede em Genebra (Suíça) está olhando para um cataclismo muito maior: a Segunda Guerra Mundial, juntando-se ao crescente coro de vozes que os símiles militares usam para medir o golpe econômico da pandemia. “A crise mais grave desde a Segunda Guerra Mundial: as perdas de empregos estão crescendo rapidamente em todo o mundo”, apontam os técnicos da OIT em sua última avaliação.
Embora com menos dados do que o esperado, o relatório da OIT dedica uma parte substancial do relatório a uma análise qualitativa da situação dos cerca de 2 bilhões de trabalhadores informais em todo o mundo. “O impacto na geração de renda é especialmente difícil para funcionários desprotegidos e para os grupos mais vulneráveis da economia informal”, destacam os técnicos da agência de Genebra. A maior parte desse grupo de trabalhadores está em economias de média ou baixa renda – América Latina, Ásia e África, fundamentalmente – e eles não têm acesso (ou, se o fazem, é muito limitado) a serviços de saúde e proteção social. Portanto, eles também são incapazes de tirar proveito de praticamente nenhum dos programas de amortecimento de impactos para trabalhadores que possuem um contrato reconhecido pelo Estado.
Mais informações podem ser encontradas no site da Organização Internacional do Trabalho.